domingo, 25 de setembro de 2011

Recorde mundial na maratona de Berlin 2011

“Hoje é dia de festa no Quênia”, disse neste domingo Patrick Makau depois de estabelecer o novo recorde mundial da maratona ao vencer em Berlim em 2h03min38. A marca do etíope Haile Gebrselassie (2h03min59), talvez o maior corredor de longa distância de todos os tempos, agora fica para os livros de história.
Haile também esteve em Berlim, voltando às maratonas depois de ter abandonado a prova de Nova York, em novembro passado, por causa de uma lesão. Ele ficou nos calcanhares de Makau até pouco antes do km 27, mas depois não aguentou o ritmo imposto pelo queniano de 26 anos, 12 anos mais jovem que Haile.
Sem esconder sua alegria por derrotar o etíope, talvez o último bastião a afrontar a supremacia queniana na longa distância, Makau afirmou: “Está chegando uma nova geração que está correndo muito bem”.
De fato, e é bom que ele mesmo fique esperto, pois sua marca pode não durar muito. Na maratona de Chicago, no próximo dia 9, vários jovens corredores estarão no asfalto em ritmo de quebra de recorde.
Um deles, por sinal, já correu abaixo até mesmo do tempo estabelecido hoje em Berlim, mas a marca não foi referendada pela IAAF (a Fifa do atletismo) por ter sido obtida em Boston, circuito que não tem as características exigidas pela entidade para validar recorde.
Pois foi lá, na sua estréia em maratonas, que o queniano Moses Mosop, 26, estabeleceu o melhor tempo de um debutante na história da nobre corrida: 2h03min06.
Além de Mosop, outra promessa para Chicago é ainda mais jovem etíope Bazu Worku, 21. Em 2009, me Paris, ele conquistou o segundo lugar com 2h06min15, o melhor tempo jamais corrido por um jovem de 18 anos.
Mas voltemos a Berlim, pois Chicago é futuro, e a prova germânica é o já, o agora. Na prova de hoje,  Makau fez uma corrida agressiva, não aceitando ficar com marcado de ritmo para Haile. Pouco antes do km 27, fez uma série de zique-zagues no asfalto para fugir da perseguição do etíope, que acusou o golpe e chegou a fazer uma breve parada.
Depois do km 34, o ex-recordista mundial acabou cedendo mesmo e desistiu da prova, atacado por uma crise de asma, segundo disse seu agente.
O novo recordista mundial disse que seus zigue-zagues foram planejados: “Haile estava tentando me usar como marcador de ritmo. Eu decidi que não ia carregar ninguém”, afirmou, acrescentando que imaginava que sua tática iria surpreender e cansar o etíope –o que acabou acontecendo.
“Hoje foi o melhor dia de minha vida de corredor”, festejou Makau.
No feminino, Quênia também fez a festa, com vitória tranqüila de
Florence Kiplagat em 2h19min44. Ela forma, com seu marido Moses Mosop, o que talvez seja o mais rápido casal de maratonistas da história.
A recordista mundial Paula Radclife, que voltou às maratonas depois de dois anos sem competir na prova de longa distância –teve seu segundo filho no ano passado e também enfrentou lesões e uma cirurgia--, não conseguiu manter o ritmo para competir com a queniana, mas não saiu de mãos abanando. Chegou em terceiro, com 2h23min46, tempo mais do que suficiente para se qualificar para competir pela Grã- Bretanha na maratona olímpica de Londres, no ano que vem.
Escrito por Rodolfo Lucena às 18h08

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