Mais um belo trabalho da nossa repórter Paula Gabriela do Rio de Janeiro, acompanhe!
Após  um treino de 13km, em piso de concreto e com um tênis gasto, Ricardo Tadeu,  servidor público de 44 anos, passou a sentir dores fortes no calcâneo. Sem saber  o que estava acontecendo com o seu pé, o corredor, que pratica o esporte há três  anos e meio, procurou um especialista sete meses depois de ter sentido pela  primeira vez a fisgada no calcanhar. Ao concluir a consulta, foi constatado que  Ricardo estava com a tendinopatia insercional do aquiles. E agora?
De  acordo com a ortopedista Ana Paula Simões, membro titular da Sociedade  Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, a tendinopatia é uma lesão degenerativa  nos tendões. Ocorre um processo de desgaste e inflamação no tendão do calcâneo  (aquiles), que conecta os músculos da panturrilha ao calcanhar, usado durante o  caminhar, correr e saltar. O processo é lento e gradativo, podendo ou não causar  a sua ruptura no último estágio da doença.

-  Minha lesão acabou ficando crônica. Nos treinos atrapalha, mas quando eu  esquento ela acaba sumindo, mas quando acordo, não consigo pôr o pé no chão.  Sinto uma dor local, como se fosse uma pancada. Aparece quando fico algum tempo  parado e começo a andar. O tendão de aquiles lesionou justamente no osso  calcâneo - contou Ricardo.
Ana  Paula explicou  que para se obter o diagnóstico, o paciente precisa passar por  alguma etapas. A primeira é a anamnese, que é uma entrevista realizada pelo  especialista com a intenção de se descobrir o ponto inicial da lesão, busca  relembrar os fatos. Em seguida, deve se realizar um exame clínico para ajudar a  classificar. Podem ser exames de imagem como o ultrasom e a ressonância.
Como  surge a lesão
 Região  na qual o atleta sente as dores da lesão
Região  na qual o atleta sente as dores da lesão-  Podemos dividir os fatores em intrínsecos e extrínsecos. Os extrínsecos estão  relacionados com o treinamento excessivo, o nível de competição, movimentos  repetitivos, erro na execução do gesto esportivo, contrações vigorosas,  superfície de treinamento, condições ambientais e equipamentos utilizados. Os  intrínsecos incluem, dentre outros, alterações anatômicas estruturais e   biomecânicas, desequilíbrios e/ou encurtamentos musculares, déficit de força  muscular, nível do suprimento sanguíneo do tecido e fadiga - informou a  ortopedista.
Nesse  sentido, Ana Paula deixa claro que os fatores para o surgimento são muitos e os  portadores desta condição devem ser analisados individualmente, até mesmo do  ponto de vista biomecânico.
Tratamento
-  Focar os cuidados nos fatores intrínsecos e extrínsecos;
-  perda do peso excessivo para que a musculatura não fique sobrecarregada;
-  alongar antes de depois da corrida;
-  usar gelo no local inflamado quando a lesão estiver no início;
-  antiinflamatórios e palmilhas ortopédicas;
-  fisioterapia e massagens no local inflamado.
 Ricardo  trata sua lesão com muitas sessões de
Ricardo  trata sua lesão com muitas sessões defisioterapia e alongamento (Foto: Arquivo Pessoal)
Ricardo,  inicialmente, ficou três meses parado e se dedicou totalmente à fisioterapia.  Leu muito a respeito do seu caso e procurou mais de um especialista para iniciar  seu tratamento.
 - Fiz sessões de fisioterapia recomendada pelo  ortopedista e melhorou um pouco. Hoje faço pilates e ajuda muito. Treino  normalmente, monitorado pela minha fisioterapeuta. Nossa teoria é que a lesão  não vai piorar. E, realmente, voltei a correr tem dois meses e não piorou. Sei  que meu caso é difícil de curar, pelo local da lesão, mas não tem mágica. É ter  paciência e alongar bastante - concluiu o mineiro.
 
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